“A Casa Familiar não é só uma instituição que ensina e acabou. É um lugar que deixa marcas na vida do jovem, que o prepara para a vida. Vou fazer valer cada segundo que entrei na sala, cada aprendizado que recebi.” Com um tom que mistura saudade e gratidão, este é o relato de Monick Santos da Conceição, a mais nova Técnica em Florestas. A jovem de 17 anos, juntamente a seus 32 colegas, se formou na 11ª turma da Casa Familiar Agroflorestal do Baixo Sul da Bahia (CFAF) em dezembro do ano passado.
No mesmo período também ocorreram as solenidades da formatura de 33 técnicos em Agropecuária pela Casa Familiar Rural Presidente Tancredo Neves (CFR-PTN) e 26 técnicos em Agronegócio pela Casa Familiar Rural de Igrapiúna (CFR-I). As escolas fazem parte do PDCIS, Programa Social coordenado pela Fundação Norberto Odebrecht desde 2003 .
Totalizando 92 novos empresários rurais, todos estes formandos foram alunos do ensino médio integrado ao técnico das Casas Familiares, instituições que aplicam a Pedagogia da Alternância. Esta metodologia que foge do convencional tem o propósito de integração: a construção da grade curricular de ensino, reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC) e pela Secretaria de Educação da Bahia (SEC), é baseada na realidade rural dos estudantes, proporcionando aprendizados práticos e uma relação de compartilhamento de conhecimento com suas famílias e comunidades.
Edilza Maria de Jesus, além de atual vice-presidente do Conselho Deliberativo da CFR-I, também é mãe de Lucas, um dos formandos da 13ª turma. No que diz respeito aos três anos em que seu filho foi aluno da instituição, afirma: “A educação proveniente da Casa Familiar transformou a nossa família. Sou uma mãe que acredita nesse projeto e sou grata por todos que contribuem para que esses jovens sejam não apenas técnicos e profissionais da zona rural, mas pessoas que realmente acreditam no trabalho da terra.”
Desempenhando um papel fundamental na difusão do empreendedorismo rural, as Casas Familiares têm demonstrado para os jovens que a possibilidade de melhoria das suas condições de vida não depende da migração para os centros urbanos. Primeira da sua família a estudar em uma instituição voltada para o ensino no campo, Monick afirma que agora consegue vislumbrar um futuro em que continua atuando onde vive: “Estudar na Casa Familiar mudou a minha realidade e minha visão de vida. Consegui acreditar que a mulher pode, sim, atuar no campo e gerir seu próprio negócio.”
Dorival Mendes, professor da CFR-I e monitor da turma do terceiro ano que acabou de se graduar, relatou, emocionado: “Nós estamos formando hoje 26 estudantes que têm toda a capacidade de gerirem seus próprios negócios e propriedades com a maior segurança. Mais uma vez, a Casa Familiar cumpriu o seu papel de formar jovens tão comprometidos.”
Esse comprometimento, para Thales Lima, diretor da CFR-PTN, mostra como os estudantes poderão contribuir diretamente para construção de uma sociedade melhor. “Sei que agora esses jovens poderão representar uma liderança nas comunidades às quais pertencem. A formatura é um momento ímpar em suas vidas e de suas famílias. Finalizar o ciclo desta formação contextualizada faz com que nós, educadores das Casas Familiares, fiquemos muito felizes”, conclui.
Fonte: Fundação Norberto Odebrecht